terça-feira, novembro 23, 2004

ostrakon

Me perguntaste, um dia, se eu tinha medo da plenitude e esbouçaste um sorriso irônico.
Hoje te respondo: Sim, eu tenho medo da plenitude!
Por isso não possuo abrigos. A plenitude me mete medo!
Temo a plenitude do caminho perfeito, vendida em qualquer esquina,
a plenitude das verdades e das vidas entre ferros, a preço de dizimos e subserviencia,
a plenitude de propagandas, de alegrias auto-complacentes, de amores perfeitos de sabao-em-pó e programas de auditório, das ataraxias infinitas de blockbusters pornograficos, da satisfação da necessidades inventadas, da felicidade artificial.
Por isso habito as ruas e as esquinas, por isso prefiro meu canto em comunhao aos dos proscritos. E rogo pela plenitude dos silvestres.
Pois é nos palcos onde onde anunciam as peças do sublime , que defila sempre, para os meus olhos, a anilmalidade,
Não moro mais na casa das crenças pueris e carrego o fardo de opções, aos olhos do mundo, insanas.
Por isso me desgarro do rebanho e por escolha nao ouso esmagar com o calcanhar as serpentes,
gosto de vê-las sem mimetismos , dançando e destilando seus venenos, (é preciso ter venenos pra nao usar mimetismos!).
Por isso nego a tua plenitude, nego qulalquer palavra que me afaste de mim mesmo. E rogo a Pã, que volte, um dia, triunfante aos bosques!
artur

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

23 de novembro de 2004 às 20:19  
Blogger a said...

meu pai sempre me dizia uma coisa quando eu era criança e lhe perguntava a razão de sua vitalidade.(olha que ele ja era idoso naquela época, hoje ele tem 76).Ele dizia: " crie necessidade de vida e vida lhe será dada." Quanto mais vida eu preciso, mais intensas são minhas fontes e mais água eu tranbordo... o problema é que as margens contimentes são muito estreitas e quase todos os caminhos estão contaminados.E preciso criar outras formas de fluir. Mesmo que para eisso seja necessario expandir á força, inundar essas margens, arrastando todo o concreto e sujeira.

24 de novembro de 2004 às 04:58  
Blogger a said...

quero ser fonte... mas as vezes, nao ha rios onde as minha aguas possam fluir.Não ha rios que contenham as minha aguas, e que não parecam impuros.
valeu tulio

24 de novembro de 2004 às 06:58  
Blogger a said...

sem querer tirei o coment do meu colega tulio, razão das respostas acima, nele tulio cita uma frase de William Blake, (o nietzsche ingles): " as cisternas contém mas as fontes tranbordam".... referindo- se às opção de ser ou não fonte ou cisterna, homem comum ou homem tranbordante em fluxo de vida e intensidade.Ao fim me perguntava, se eu preferiria ser fonte ou cisterna.
Foi mal tulio... tirar seu coment foi apenas um ato de ignorancia webloggeriana minha.... volte sempre.

27 de novembro de 2004 às 06:12  

Postar um comentário

<< Home